terça-feira, 11 de novembro de 2008
BRock, um lutador
Há um aspecto curioso na história do pop rock nacional: o gênero não evoluiu de forma linear, digamos assim. Foi Beatles iê-iê-iê demais (leia-se Jovem Guarda) nos 60. Tropicália MPBista nos 70. New Wave americana e Pós-Punk inglês nos 80. Forrocore e Mangue Beat nos 90. Popcore/Emocore nos 2000. Ou seja, uma década sempre nega a outra sob o ponto de vista da estética roqueira (ou se faz uma simples cópia do que é realizado lá fora, ou se busca a "brasilidade"). Para piorar (ou não), a década de 70 foi mais MPB do que rock. Naquela época de ditadura brava, o rock era visto como cultura subversiva e poucos se dedicavam a este tipo de música. A Tropicália tentou juntar os dois estilos no final dos 60, mas quem realmente saiu ganhando durante a década seguinte, e com mérito, foi a MPB. Com a ditadura menos feroz, o rock no Brasil "desbundou" e se tornou popular nos 80. Na década de 90, a mistura com ritmos regionais (numa tentativa de criar uma cena autenticamente brasileira) foi o que aconteceu de mais interessante, algo deixado de lado nos recentes 00. O rock feito por aqui é assim; caminha através de rupturas que nem sempre significam ir além do que está sendo feito. Parece a política do país; quando um governante sai, o outro vem e acaba com tudo o que foi feito antes.
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