sábado, 8 de novembro de 2008

80s DVD Jukebox

Muito bem... Há pouco mais de um ano, eu comprei um DVD intitulado 80s DVD Jukebox para rever os anos 80 fora do meu contexto de "adolescente oitentista" (e, convenhamos, isso foi "quase" fácil, fácil).
O dito cujo tratava-se de apresentações ao vivo, para um programa da TV alemã (tipo Globo de Ouro), compreendendo o período 80-84, e trazia artistas dublando suas músicas para um público entediado e que se limitava apenas a bater palmas, sentado em suas mesas de boteco... Bom, vamos lá.
O vídeo abre com "Relax", do Frankie Goes To Hollywood, e é aquela b(a)ixaria misturada com putaria (sim, há uma striper no palco). A apresentação vai rolando quando de repente entra um cabeludo de guitarra em punho, fazendo uns passos à la Chuck Berry. Quem era? O Lemmy (Motorhead), que entrou no finalzinho da música e foi levando a striper devagarinho para fora do palco com aquele jeito "esta é minha e ninguém tasca". Em seguida, sem dó, nem piedade, vêm Duran Duran, Spandau Ballet e Talk Talk. New Romantics à solta. Duran Duran e Spandau Ballet realizam apresentações ok, já o Talk Talk parecia inibido, fazendo jus ao nome da música apresentada (a ótima "Such A Shame"). Os próximos são os tecnopop's Depeche Mode e OMD. Confesso que ver o David Gahan rebolando (e muito) em "Master And Servant" foi constrangedor (ainda bem que eu estava sozinho na sala) e o OMD tocando a meia-boca "Talking Loud And Clear" foi de dar sono. De dar sono também foi a apresentação de Marianne Faithfull, sozinha e totalmente sem presença de palco. Mas, caramba, quando eu estava quase desistindo de tudo e perdendo a fé na vontade humana, a sequência do DVD emenda Madness com The Pretenders. A galera do ska justificou o nome da banda e mandou um "One Step Beyond" contagiante e "doidjo de pedra". Ninguém conseguia ficar parado (a não ser a porra do público). Agora, The Pretenders, ainda com a formação original, foi "da hora". Até então (e seguiu assim até o final), era a única apresentação que, para mim, não parecia datada (musicalmente falando). Tocaram "Brass In Pocket", um pop rock clássico e cativante da primeira até a última nota. Buenas, aí, meu caro, veio um Rod Stewart de dar pena. O cara totalmente sem pique, cantando "Baby Jane" sentado no palco junto com a banda de apoio. O horror! O horror! Em seguida, na base do "nós fingimos que tocamos e vocês fingem que gostam", o Police esculhambou o programa com tudo. Sting sem baixo, Summers derrubando o pedestal do microfone e Copeland deixando cair as baquetas. "De Do Do Do De Da Da Da" foi hilária. Robert Palmer é a próxima vítima. Botão skip >> no meio de "Looking For Clues". Chegamos na metade do DVD e vem a sensação típica dos 80: "esqueçam as roupas e os penteados e curtam a música". A Flock Of Seagulls on stage. Realmente, ver A Flock Of Seagulls tocando "I Ran" é uma mistura de sentimentos. A música é legal mas as roupas e o visual da banda são ridículos demais (até para a própria época). Porém, a salvação veio novamente. Como colírio para os olhos (masculinos, pelo menos), temos as Bananaramas. Aqui, elas estão acompanhadas dos Fun Boy Three, do "autista" Terry Hall (ex-The Specials). Por sinal, The Specials aparecem logo em seguida com "A Message To You, Rudy". Duas boas apresentações (e nada de mais). Para encurtar um pouco este blá, blá, blá todo, vou escrever que não conhecia The Look e achei "I Am The Beat" muito The Jam (nada contra o Jam), que Stray Cats é legal, e que Howard Jones, Frankie Goes To Hollywood (de novo?) com "Two Tribes", Wham! (credo!) e Kirsty MacColl não precisavam fazer parte do DVD.
Ok! Ok! Últimos 3 relatos: Os Boomtown Rats tocaram o reggae Banana Republic e Bob Geldof jogou (merecidamente) banana no público. Rod Stewart (outra dobradinha) acordou e resolveu fazer o show usual em "What Am I Gonna Do". E, para ficar definitivamente com cara de anos 80 da cabeça aos pés (literalmente), o Culture Club fechou com "Do You Really Want To Hurt Me?".
Portanto, caro colega, essa foi a minha Odisseia back to the eighties. Em quase 80 (sintomáticos) minutos de vídeo, voltei a ser moleque (mas com senso crítico), viajei nas minhas lembranças e me diverti pra cacete. Putz! No final, mesmo depois desses anos todos, até ficou parecendo que foi ontem que o Ferris Bueller matou aula para curtir a vida adoidado... E foi...

Esse meu masoquismo e complexo de Peter Pan ainda vão acabar comigo.

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