sábado, 8 de novembro de 2008

Trilha sonora folk para adolescente indie

Depois de uma certa resistência ao hype, confesso que achei "Juno" interessante, especialmente por abordar um assunto complicado (gravidez na adolescência), etc e tal. Mas a impressão que ficou é que a produção independente estava muito, mas muito longe mesmo de ganhar o Oscar de melhor filme. Fazendo um pouco de esforço, e chovendo no molhado, o que salva "Juno" é realmente o roteiro e as interpretações dos atores, em especial o Jason Bateman e a Ellen Page. Sem sombra de dúvidas, a relação entre os dois (o cara mais velho que gosta de grunge e Sonic Youth e a menina mais nova que gosta de punk 77) era o ponto alto do filme e, ao meu ver, foi pouco explorado. Inclusive, quando eles começaram a ficar mais íntimos, eu pensei que a trama iria engatar um lado "Encontros e Desencontros" rocker, o que não aconteceu. Porém, essa situação serviu, de certa forma, como base para justificar o final soft (quando a riot girl resolve ficar de fato com o seu amor juvenil, num lapso de amadurecimento que eu não vou desvendar aqui em detrimento das pessoas que ainda não viram o filme). No mais, "Juno" revela aquela eterna angústia de todo adolescente confuso que quer encontrar o seu lugar no mundo, mas, neste caso, tendo que encarar uma responsabilidade de adulto antes da hora. Simples assim.

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