domingo, 3 de maio de 2009

Ahhh, a santa rede mundial do conhecimento!

Por esta eu não esperava. O meu interesse pelo pop rock veio a partir de 1981, quando comecei a escutar rádios FM e, mais tarde, a ler revistas especializadas. Portanto, desconheço certa parte do que acontecia musicalmente no país antes desse período, contemporaneamente falando (quais discos gringos eram lançados por aqui, quais músicas faziam sucesso, etc), embora a curiosidade. Aparentemente, quase tudo girava em torno da MPB e só "meia dúzia de seis" (SIC) podia se dizer roqueiro. E qual não foi a minha surpresa ao achar uma matéria da Revista Pop, publicada em 1974, pela editora Abril, com o New York Dolls. Se a banda americana é cultuada até hoje, e atualmente apenas outra "meia dúzia de seis" conhece os novaiorquinos, digamos assim, imagina nos anos 70. Deduzo, então, que várias informações sobre o que ocorria lá fora, apesar do regime ditatorial, que achava o rock subversivo, chegavam no Brasil (e não era só Beatles, Rolling Stones, Led Zeppelin e progressivos). A própria Revista Pop lançou o disco "A Revista Pop Apresenta o Punk Rock" poucos anos depois. O que faltava, por conseguinte, e fazendo um raciocínio rápido e pretensioso, era um público roqueiro mais atuante (algo impensável devido aos "generais"), que fosse levado a sério, com um mercado discográfico direcionado; e que houvesse, conseqüentemente, um maior número de bandas. Isso ficou claro durante o primeiro Rock In Rio (85), quando a capital carioca foi invadida por inúmeros, e reprimidos, fãs do estilo e vários artistas da MPB, ou relacionados (Ivan Lins, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Alceu Valença, Gilberto Gil, etc), participaram do festival. A partir daquele momento, tudo mudou. O rock brasileiro saiu do amadorismo. O rock em geral virou moda. Bandas pipocaram em todos os cantos da nação. Vários shows tinham a sua lotação máxima. Publicações e programas de TV foram criados "aos montes". Qualquer disco de um grupinho lá dos cafundós da Inglaterra era lançado no país. Conclusão: ficou relativamente fácil ser roqueiro. Difícil era ler sobre o New York Dolls em 1974, ficar curioso, e não ter rádio FM (só AM "povão") para tentar escutar alguma música e nem loja decente para conseguir comprar os discos, isso se houvesse edição nacional (importado esquece). No entanto, fácil mesmo ficou agora: vai lá, busque mais informações na internet, e baixe qualquer um dos dois álbuns que as Bonecas de Nova York lançaram nos anos 70. E não reclame! :)

Abaixo, está a "prova do crime" (a matéria veiculada na Revista Pop). Clique na figura para ler.


P.S. O nome do baterista que morreu era Billy Murcia e não Billy Garcia; e foi de overdose, não em um acidente (a revista, possivelmente, resolveu ocultar o fato). Johnny Thunders, Jerry Nolan e Arthur Kane (não Arthur Harold) também já morreram.

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