domingo, 28 de junho de 2009

Rock whit you

Da mesma forma como milhares de fãs, repórteres, blogueiros, etc, pelo mundo afora fizeram, também vou escrever sobre o assunto. Dificilmente escaparei do lugar comum, mas como ter argumentos originais quando o tema, quando o personagem principal é, simplesmente, o "rei do pop"?
Michael Jackson cresceu em meio ao show business tendo que enfrentar desavenças na família e a fama prematura. Durante boa parte da adolescência, nos anos 70, assim era a sua vida, dividida entre o trabalho com os irmãos, no Jackson 5, e com a então iniciada carreira solo. Mas isso não foi nada perto do que aconteceria nos anos 80. "Off The Wall", lançado em 79, primeiro a ser produzindo por Quincy Jones, fez muito sucesso. Era a porta de entrada para uma década que redefiniu o modo de criar e vender música. Com o surgimento da MTV, em 81, uma nova linguagem para divulgação de artistas podia ser explorada. E Michael Jackson não ficou imune ao novo formato. O álbum "Thriller", lançado em 82, e novamente produzido por Quincy Jones, além de contar com várias músicas clássicas (e põe clássicas nisso) e com as participações de Paul McCartney e de Eddie Van Halen, gerou o que constantemente é chamado de o melhor vídeo clip de todos os tempos. De fato, ver o clip de "Thriller", com seus quase 14 minutos, foi realmente chocante, aterrador e, sim, divertido. A partir daquela época, Michael Jackson extrapolou a sua imagem pop, conseguindo uma legião de fãs, independente de classe social, idade, cor, etc. Virou fenômeno mundial, como poucos conseguem. Quando "Bad" saiu em 87, as músicas ainda mantinham um alto nível de produção (o disco marcou a derradeira parceria com Jones), mas o ícone pop já demonstrava que algo de estranho estava acontecendo. Com várias plásticas no rosto e com o famoso branqueamento de pele, Michael Jackson tornou-se a real caricatura de si mesmo, uma espécie de autista frágil e imaturo, preso em um mundo de fantasia, e foi impiedosamente atacado pela imprensa, ávida por criar e derrubar ídolos.
Bom, depois aconteceu o que todos nós já sabemos. O cantor talentoso deu lugar ao personagem maluco e pedófilo, realizando trabalhos irregulares.
Ele casou duas vezes (a primeira, ironicamente, com a filha de outro rei, o do rock, que também tinha se perdido no final de carreira), teve três filhos e viveu praticamente os últimos 15 anos no ostracismo. Quando preparava uma volta, com 50 shows programados (que marcariam a sua despedida dos palcos), acabou saindo de cena na última quinta feira para se tornar o imortal rei do pop.
Michael Jackson e Madonna (outro ícone dos anos 80) são os pais artísticos de toda essa nova geração pop que faz sucesso hoje em dia. Se a herança está sendo honrada ou não, são outros quinhentos. O que eu sei é que alguns não entenderam que música pop também pode ser concebida sem prazo de validade. O mesmo vale para o rock atual. Sim, senhor!

Nenhum comentário: