domingo, 5 de julho de 2009

Descobrindo a pólvora

Ser "roqueiro" não significa necessariamente gostar de tudo que tem a ver com o assunto. Eu, por exemplo, não tenho a menor paciência com heavy metal, apesar de gostar de Led Zeppelin, AC/DC e Van Halen. O mesmo vale, em menor escala, para o punk rock, que teve a sua importância, porém a real necessidade do gênero foi legitimada pelo pós-punk, muito mais significativo, e pela "surra" no rock progressivo bundão vigente na época (ao contrário do grunge, que era contra nada, interessante no começo, e que resultou, em última análise, no popcore e na lástima emo). Mas não é tudo a mesma "joça"? Não é tudo rock?
Sim. No entanto, existe algo chamado preferência musical, que invariavelmente está atrelada ao que você escuta quando é adolescente, período em que a influência externa está mais forte e presente. Nessa etapa da vida, vale a pena escutar de tudo. É uma época de descoberta, de virar roqueiro, ou pagodeiro, ou funkeiro... ou coisa alguma. Essa fase de experimentos dura, geralmente, até o começo da vida adulta formal, lá pelos vinte e poucos. A partir dali, as mudanças são mais difíceis porque entram em cena outras preocupações, outras necessidades. Consequentemente, quase tudo do que você for gostar vai estar relacionado ao seu período teen. Isso explica em parte a origem da preferência musical.
O outro lado da mesma moeda tem a ver com a empatia, com a identificação junto ao artista. É um caso particular. Dessa maneira, algum fator pode chamar sua atenção (as letras, o estilo, a atitude, etc) e você passa a separar o que é bom do que é ruim, atribuindo graus de interesse. É nesse contexto que a expressão fã aparece na sua forma mais concreta.
Portanto, o primeiro parágrafo deste texto se resume a uma forma de "seleção natural da espécie", não entre fracos e fortes, claro. Mas é uma questão de perseverança e subjetividade, ou seja, "a predileção se faz castigando os ouvidos e privilegiando a alma" (garanto que foi a mesma coisa para você). ;)

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