domingo, 25 de outubro de 2009

Ruído contra a psicose

Mas afinal de contas, o que é "rock industrial"? Esse termo insólito foi utilizado pela primeira vez quando a imprensa inglesa se manifestou sobre o disco "The Modern Dance", lançado em 78 pelo Pere Ubu. O som deles podia ser definido como metade Captain Beefheart, metade white noise, e a temática era apresentar o homem como um ser inseguro no mundo pós-industrial, encantado com ele e fragilizado pela realidade. Mas o sentido do rock industrial era justamente lutar contra a ameaça da psicose, em um mundo já desequilibrado emocionalmente.
Assim como o Pere Ubu, o Cabaret Voltaire surgiu no mesmo ano, dando uma forma mais característica ao gênero. O seu som era uma mistura de barulho e música. Depois, seguindo uma linha paralela ao Cabaret Voltaire, apareceram o Throbbing Gristle e o SPK.
A partir de 79, o estilo começava a se alastrar pelo mundo. Na Alemanha, surgiram o Der Plan e o DAF. Dos Estados Unidos vieram o Tuxedomoon, o Boyd Rice's Nom e a solista Diamanda Galas. Em 80, na Inglaterra, a banda Wire inaugurava uma nova forma para o som industrial: a free association, na qual a música era definida durante o próprio processo de composição. O mesmo fazia o grupo Skidoo 23.
Mas o rock industrial atingiu o seu maior peso e impacto com o Einstürzende Neubauten, fazendo música com objetos não musicais amplificados ou distorcendo instrumentos tradicionais.
Na seqüência apareceram Test Department, Severed Heads, Mark Stewart & The Maffia, Psychic TV (a continuação do Throbbing Gristle), Laibach, Coil, Ministry, etc.

Discografia Básica

Cabaret Voltaire - The Voice Of America
DAF - Die Kleinen Und Die Bösen
Einstürzende Neubauten - Tabula Rasa
Laibach - Kapital
Test Department - Proven In Action
Throbbing Gristle - D.O.A.
Psychic TV - Force The Hand Of Chance

Um comentário:

Ronie disse...

Ei cara, conheci teu blog no BIS e achei muito bacana. Pode continuar escrevendo como um "fanzine dos anos 80". Conheço sobre quase tudo que escreve e compartilho de muitas das opiniões (inclusive do Vitor & Léo, só não pode espalhar, rs rs rs). Faz um tempão que não ouço Cabaret Voltaire...