domingo, 17 de maio de 2009

Diversão e arte

Em qualquer forma de expressão artística (música, cinema, etc), há sempre três entidades envolvidas, uma tríade de companheiros inseparáveis: o artista em si, o fã (ou admirador) e o crítico. Os dois primeiros vivem relativamente bem, desde que haja uma cumplicidade, uma empatia mútua. Porém, o terceiro, na maioria das vezes, é o que está nem aí para detalhes cordiais ou para relações fanáticas; ele quer saber, realmente, o porquê dos fatos. E como uma coisa leva a outra, existem também duas maneiras de se apreciar uma obra: com livre senso crítico ou fazendo o cérebro "maquinar" feito um Sherlock Holmes.
Certamente é mais fácil (leia-se "menos complicado") apreciar um trabalho sem amarras críticas muito rígidas, pois não há qualquer tipo de preconceito estético-cultural exagerado, não há julgamento de juízo: ou você gosta, ou você não gosta, independente do "rótulo" que a obra/artista receba, e fim de papo. Exemplo? Gostar de U2 e de Ivete Sangalo. Alguns acham normal esse tipo de comportamento e conseguem abstrair os resultados.
Em contra-partida, quando você começa a colocar critérios de análise (sobretudo as comparações), ou quando tenta decifrar o que aquela obra intrigante significa, ou mesmo quando percebe que é apenas "bobagem" sem maiores conseqüências e não vale nem a pena perder tempo, é aí que surge o senso crítico usual. Não existe muito espaço para a espontaneidade, tudo é friamente pensado e categorizado.
São modos diferentes de observar o mesmo trabalho e, invariavelmente, conflitantes. Além do mais, artistas não gostam de ser mal interpretados em suas intenções, fãs têm paixão cega e não querem ser contrariados, e críticos estão lá para expor as suas opiniões com imparcialidade (pelo menos deveria ser) e para "descer a lenha", se for necessário. É uma imensa Torre de Babel.
Ok! Tudo bem! Esqueça, então, o que eu escrevi, perdoe a atitude pernóstica e preste atenção no seguinte: Arte pode ser puro entretenimento popular. Arte também pode ser uma apologia ao "cabecismo". O importante é saber filtrar as informações, equilibrar as duas partes e colocar uma boa dose de diversão na receita. Nada mais simples do que isso.

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