domingo, 19 de julho de 2009

E lá vamos nós...

Já ouvi várias pessoas falando que a música dos anos 80 era "horrível" e que a produção sonora melhorou muito nos anos 90, inclusive o indie rock.

Não, peraí! Que papo esquisito. Muitas bandas alternativas, e das boas, fizeram parte dos anos 80 (Pixies, R.E.M., Sonic Youth, Primal Scream, Meat Puppets, etc) e depois se tornaram conhecidas. Por sua vez, as bandas emocore (a atual faceta do indie rock, apesar de ser mainstream) sofreram influência dos medíocres grupos de harcore/neopunk dos 90. E por aí vai... Cada década tem os seus altos e baixos. O óbvio ululante é que os 80 foram mais pop que os 90, só isso (e nesse caldeirão pop entra de tudo: de Duran Duran a U2). Quem escutava rádio antes de 91/92 sabe que bandas como Nirvana, Red Hot Chili Peppers e Metallica não tocavam nas FMs top 40, e quando passaram a tocar, foi uma quebra de barreira. O pop rock padrão foi deixado de lado em favor de um som mais pesado, não tão rebuscado e com menos melodias. O pop era não ser pop. O "pop era ser alternativo". Claro que para quem cresceu durante a década de 90 fica difícil entender os 80 por esses motivos. "O colorido descontraído da new wave não poderia ser melhor do que o cinza íntegro do grunge", por exemplo. Mas o fueda é que não existiu só new wave nos 80 e só grunge nos 90. Essa clássica polarização, que vira e volta aparece, é que prejudica a percepção dos fatos. E no resumo da ópera; é apenas rock and roll dos anos 50, 60, 70, 80, 90, 2000... mas eu gosto.

P.S. Há certo tempo, escrevi algo parecido sobre o rock nacional.

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