quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Mea culpa

Fico imaginando aquela molecada que não tem muito discernimento musical e que gosta de emo, por exemplo, descobrindo, daqui a alguns anos, que a crítica odiava seus ídolos. Pensando bem, sempre existiu essa resistência ao novo (aconteceu com Elvis, Beatles, punks, etc), e, devido a essa veracidade reconhecida, até acho que é cuspir no próprio prato quem critica o que é mainstream ("desmerecido") no pop rock sem dar tempo ao tempo (me incluo nisso). Vai que desse chororô todo saia uma grande banda. Vai que os meninos cresçam e lancem um baita disco. Vai que o blá, blá, blá emotivo sirva como inspiração para um outro, e melhor, movimento cultural. É por essas e por outras que parei de criticar quem gosta de emocore. Realmente, não é a minha praia, não gosto, acho de uma bunda-molice a toda prova, e tento agir com indiferença, mesmo quando a cena está super saturada e aparece um "novo grupo" exatamente igual ao anterior. Mas entendo a molecada, e espero uma evolução, mesmo porque no início dos 80, quando a minha geração era "a molecada", eu também gostava de várias bandas que ainda hoje são motivos de risos alheios (Culture Club, Men At Work, Spandau Ballet, etc) e de outras que eram detonadas naquela época (Duran Duran, Eurythmics, Tears For Fears, etc) e que agora são tratadas com veneração e reverência. Depois, segui em frente, mergulhei fundo no rock/pop rock (graças à Bizz), e não fiquei preso a tecnopops e nem a new romantics (embora eles ainda façam parte, claro, da minha memória afetiva).
Nada melhor, então, do que o passar dos tempos para aguçar a percepção dos fatos, avaliar os acontecimentos, e saber separar os emos das emas. :)

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